sábado, 8 de julho de 2017

EXEMPLOS DE CIVISMO



          Conta-se, em forma de poema, que na França havia um professor alemão, que ensinava geografia.  E, numa de suas aulas, um aluno, muito patriota, diz que a França é a primeira das nações O professor, para compará-la com a Alemanha, manda que o menino a aponte no mapa:


          "Tímido feito herói, pigmeu feito atleta, / desaperta febril a sua blusa preta, / e, batendo no peito, a impávida criança, exclama: 
-  é aqui dentro! É aqui que está a França!"

          O trecho deste poema, fala da França.  Mas serve como exemplo de um sentimento muito forte de patriotismo.  No Brasil, estamos notando pouco a pouco, a ausência deste sentimento.  -  Muitos ainda se lembram, que na década de 70, havia campanhas publicitárias para difundir um amor muito grande pelo nosso querido Brasil.  

          Campanhas, eram feitas através de slogans, que diziam: "Brasil, ame-o ou deixe-o"; - "Brasil, 200 milhas"; - "Hoje, sempre, Brasil"; ... ...  Estas frases, eram divulgadas através de pequenos cartazes afixados nos Bancos e órgãos públicos, e ainda, plásticos adesivos, colados nos pára-brisas dos carros.

          A música popular brasileira, também contribuía com sucessos diversos, tais como:  "Eu te amo meu Brasil" (Os Incríveis);  "Você também é responsável" (Dom e Ravel);  "País Tropical" (Gilberto Gil);  "Das 200 para lá" (Eliana Pitman), entre outras músicas.

          Hoje, sentimos a falta deste brasileirismo, deste amor à Pátria.  Todos deveriam compreender que Pátria se define como aquele primeiro manto que nos agasalha quando nascemos, o solo que pisamos, a lingua que falamos, o hino que cantamos... ...

          Mas já não se respeita mais, nem mesmo o Hino Nacional Brasileiro.  Presenciei no ano de 1998, um fato desagradável, acontecido em Resende.  Foi no dia 29 de setembro, no tradicional desfile cívico-escolar (no aniversário da cidade), quando se cantava o nosso Hino Nacional.  Ou seja, durante a audição do Hino, uma pessoa, (pasmem), ligada ao setor de Cultura do município, aproveitava o momento para soltar gostosas baforadas do seu cigarro, gesticulando com as mãos, e ostentando na ponta dos dedos, o objeto do seu vício maldito.  Bem, este procedimento ignóbil, não merece maiores comentários. 

          Temos esperança porém, que nossos líderes educacionais ou políticos, ainda façam algo de bom para implementar um sentimento de civismo nos jovens de hoje, futuros cidadãos de amanhã.

          Por oportuno, lembramos uma bela mensagem contida nos versos do poeta Olavo Bilac: "Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste.  Criança!  Não verás nenhum país como este"...

          Afinal, o nosso Brasil é uma vastíssima região, um riquíssimo solo cobiçado pelos estrangeiros, e o sol, em nenhum hemisfério tem os raios mais dourados, e nem o céu, as estrelas mais brilhantes.
Este é o nosso BRASIL !


MALHAÇÃO DO JUDAS



          Todos conhecem essa tradição, praticada em todo o Brasil.  É uma festa pagã, que nos foi trazida pelos portugueses, creio, porque na Europa, em alguns países também se pratica esse costume: "Judas, o traidor de Jesus, em troca de 30 dinheiros".


          Esse episódio da história, é revivido anualmente, depois da sexta-feira santa, no tradicional sábado da aleluia; um boneco de pano, satirizando ou não, uma figura política desprezível, é malhado em plena praça pública, para a alegria da criançada.

          Costuma-se também atirar moedas ou balas para as crianças, para lembrar, ou simbolizar uma atitude vilipendiosa, corrupta, ocorrida naquele passado distante, há mais de 2000 anos, contra o nosso mestre Jesus.  

          As pessoas que fazem o boneco, costumam recheá-lo com bombas ou fogos de artifício.  Além dessa malhação, enforcando, queimando, tripudiando de todas as formas o boneco, tem também o testamento do Judas, que normalmente é escrito com versos rimados, e cuja finalidade é brincar com as pessoas conhecidas da cidade, citando seus nomes, e destinando-lhes os bens mais desprezíveis que pertenceriam ao Judas traidor.  Para esse ato, vale a criatividade das pessoas, ou seja, dos organizadores. 

          Eu me lembro que no meu tempo de criança, que lá em Passa Quatro-MG, o grande animador dessa festa, era um homem chamado Silvio Melo.  Ele era mestre em "bolar" e escrever esse testamento do Judas, fazendo pilhérias com os nomes das pessoas mais proeminentes da cidade. Mas ninguém ligava, era tudo uma brincadeira sadia.  O Silvio Melo, era um homem que gostava de participar de todos os folguedos comemorativos da cidade. 

          Mas, hoje em dia, o nosso "Judas", também se modernizou.  Já não se vende por apenas 30 dinheiros. Oh! Não, isso é coisa daquele tempo, de um passado distante.  Hoje, os nossos "Judas" só falam em "milhões" ou "quá-quilhões", como diria o tio Patinhas, personagem do desenho animado.

          Hoje em dia, pensando bem, vamos malhar um judas moderno, e eu daria inicio a um testamento desse Judas, mais ou menos da seguinte forma:

                              Sou um Judas tupiniquim
                              ser traidor é a minha sina;
                              E somente a justiça divina,
                              é que poderá me julgar;
                              mas judas iguais a mim,
                              garanto não vai faltar.

                              Eu tenho muitos colegas,
                              no Palácio lá em Brasilia;
                              prá eles não deixo nada,
                              só deixo a mala vazia.

                             Ao meu povo brasileiro,
                             eu só causei sofrimento,
                             por isso todos aguardam,
                             para ler meu testamento... ... ... (bem, mais ou menos por aí).

          Motivos para malhar, nós temos de sobra: há corruptos, políticas traiçoeiras, falcatruas com o dinheiro público, formação de quadrilhas, todo tipo de escândalos, crimes de irresponsabilidade; o que é tudo isso, senão lesar a nossa Pátria amada?  Ofensa à nação brasileira?

          Vamos malhar esses Judas!  Não só aquele de antanho, mas também os atuais. Eles merecem!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

PREVISÕES DO TEMPO

          Antigamente, era fácil fazer uma previsão do tempo.  Hoje, porém, está um pouco mais difícil, mas nada impossível.  Em Minas Gerais, na minha terra natal, os mais antigos (meu pai, e outros antepassados), me ensinaram os sinais do tempo.  São muitos sinais, infelizmente quase todos esquecidos, mas ainda me lembro de alguns.  E podem acreditar, que realmente funcionam. 


São sinais de chuva:
          - "Quando as rãs coaxam muito, estão chamando chuva..."
          - "Se o burro mexe muito com a orelha, chove; mas se não mexe, não chove..."
          - "Gato lambendo a pata e lavando atrás das orelhas com a mesma, é chuva na certa..."
          - "Lua com circo (círculo) em volta, pode contar que vem chuva..."
          - "Mosquito voando e grudando muito na gente, é chuva que vem..."
          - "João de Barro conhece o tempo como ninguém.  Quando ele se recolhe à sua casinha,
             é sinal que vai chover..."
          - "Formigueiro agitado, também é sinal de chuva..."

Da mesma forma que estes sinais são indicativos de chuva, em tempo de estiagem também se pode fazer algumas simpatias para atrair a chuva,  como por exemplo:
          - "Buscar água no rio numa tigela e despejar na Santa Cruz na beira da estrada, e depois
              ajoelhar e rezar, é só pedir que a chuva vem..."
          - "Cantar desafinado, é chamar chuva..."

São sinais de bom tempo:
          - "Neblina que baixa, é sol que racha..."
          - "Não há domingo sem missa, nem sábado sem sol, e nem segunda sem preguiça..."
          - "Urubu em cima do telhado abrindo as asas, está pedindo para fazer bom tempo..."
          - "Santa Clara faça sol, pra enxugar o meu lençol..."

          Acreditem ou não, mas antigamente era tudo mais simples.  Como a própria vida na roça.  Vida de caipira.  Vida boa.  Através de sinais, bastava observá-los e fazer uma previsão do tempo.

          Hoje, todavia, a Mãe Natureza parece que anda meio revoltada.  Um certo ano, por volta de 2005, tivemos algumas tragédias como aquela onda gigante que apareceu lá na Ásia, o "tsunami", de consequências devastadoras; e noticias de outros fenômenos, como terremotos, chuvas e enchentes praticamente em todas as partes do mundo.  Nestes casos, não há caipira que consiga prever estes acontecimentos através de sinais. 

          Acho que meu velho pai (que Deus o tenha), é que estava certo.  Ele também dizia: "tempo, espingarda véia, e bunda de criança, num merece confiança".
sabedoria da roça

PESCADOR AMADOR


Pescador  Profissional

          Pescador profissional e pescador amador.  Alguém sabe a diferença?  Pois vamos desenhar aqui, em palavras, o perfil de cada um. 
O pescador profissional, não é aquele pescador moderno, que usa equipamentos e apetrechos sofisticados.  Não.  Muito pelo contrário; o profissional é aquele "caboclo" humilde, muito pobre, que vive num lugarejo qualquer, sem muitos recursos, morando numa choupana com a mulher e filhos,  e quase sempre tendo por companhia um cãozinho magro, apelidado de "passa forme", porque não têm comida nem para eles mesmos.


          Mas a família vive como pode.  Com suas rusgas, desilusões, e por vezes, alguns instantes de contentamento.  O próprio pescador tece a sua rede, ou providencia-lhe alguns remendos.  O quadro que estamos descrevendo, é muito típico do Nordeste do Brasil, daqueles pescadores que se aventuram no mar, em suas toscas jangadas.  

          Uma perigosa aventura, mas este pescador sempre retorna à choupana com as redes repletas do pescado.  Infelizmente, nunca retorna para o contentamento da mulher, que apesar dos peixes trazidos pelo marido, este ainda leva a maior bronca da companheira: - Mas é só isto?  É muito pouco peixe pra vender no mercado !!!  E segue-se aquela costumeira ladainha de xingamentos. 
O pobre homem já nem liga mais para os reclamos da mulher.  Fazer o que?  Ele apenas sonha. Sonha com o dia em que poderá deixar aquela vida de pescador, que já foi melhor um dia...

          Já o pescador amador, é diferente; ele pode ser encontrado em qualquer lugar, até mesmo diante do nosso espelho.  Todos os dias nos deparamos com ele.  O amador, é mais ou menos assim: ... Vai pescar, vestido a caráter;  usa botas, roupa apropriada, chapéu, uma bolsa de couro com muitas divisões para anzóis de todos os tamanhos e de toda qualidade, máquina fotográfica para fotografar o (s) peixe (s), molinete importado, iscas naturais e artificiais, etc.  

          Sai para pescar em seu carro próprio, e procura um lugar, de preferência onde possa estacionar na beirinha do rio.  Leva barraca de camping, lanterna, lampião de gás, e farta matula de sanduíches, queijos, carnes, enfim, equipado de tudo quanto possa imaginar que será necessário para uma verdadeira "aventura". 

          Ele passa a noite acampado, e passa boa parte do dia seguinte na beira do rio. Consegue, depois de muito esforço, fisgar um minúsculo e glorioso peixinho.  Na beira do rio, as horas não passam; se arrastam lentamente, para desespero do pescador.  Finalmente ele desiste da pescaria;  e retornando à sua casa, cansado, vira o samburá sobre a mesa, e com alguns vigorosos tapinhas no fundo do cesto, cai sobre um prato aquele  lambarizinho, já ressequido pelo sol causticante...

          A mulher, admirada, lhe diz:  -  Nossa, meu bem,  foi você mesmo que conseguiu pegar esse peixe?  Como foi isso?  E ele, orgulhoso, conta-lhe estórias e mais estórias; do trabalho que  deu para pegar aquele peixe; dos mosquitos que enfrentou, e de como deixou escapar um peixe muito maior que aquele, enfim, a fotografia que ele tirou, não o deixará mentir.  Foi ele mesmo que fisgou aquele, que se constituirá no seu verdadeiro troféu.  Foi uma pescaria e tanto.   Esse é o pescador amador.

          Como diríamos:  "Habemos piscium"




quarta-feira, 5 de julho de 2017

QUEM DESCOBRIU O BRASIL?

          Esta estória se passou em Resende, já faz algum tempo, envolvendo um motorista de ônibus da Empresa Auto Viação Manejo. A Empresa tinha em seu quadro de funcionários, um motorista, bom profissional, chamado José Brasil, conhecido como Zé Brasil, ou simplesmente Brasil.


          Ele trabalhava todos os dias, dirigindo seu ônibus, e no fim do dia, ao término da sua escala, por volta de 8 horas da noite, recolhia o ônibus para a garagem.  Era assim todos os dias, rotineiramente, e no mesmo horário. 

          Mas, eis que esse motorista, o Zé Brasil, começou a atrasar na entrega do ônibus na garagem. Às vezes recolhia o ônibus às 9 horas, ou 10 horas, ou até meia noite.  Mas ele sequer justificava os atrasos, mas os seus colegas de serviço notavam.  Afinal, o Brasil sempre fora pontual. 

          "Tanto vai o cântaro à fonte, que um dia quebra", diz um ditado popular; e foi assim, que um dia alguém descobriu!  E logo um buchicho se espalhou célere entre os colegas de serviço, tanto  entre o pessoal da Garagem, como entre outros motoristas.

          Estava acontecendo o seguinte: o Zé Brasil havia arranjado uma "namorada" (ou gambiarra como diziam), e todos os dias, em vez de recolher o ônibus para a garagem, ele o estacionava numa rua deserta, à beira do rio Paraiba, debaixo de algumas árvores frondosas, e ali ficava com a sua desditosa namorada.  Daí, a razão dos seus atrasos. 

          O buchicho foi tanto, que chegou aos ouvidos do patrão (o dono da Empresa).  E o Brasil foi chamado ao escritório.  Seus colegas estavam apreensivos... Ih! É hoje que o Brasil vai ser mandado embora!  Vai ser despedido!  Ficaram todos amedrontados. 

          Mas o Brasil não foi demitido não.  Com certeza, recebeu apenas uma advertência, ou um "sabão", como se dizia.  Afinal, o Brasil era um bom motorista, e desde que o fato não se repetisse, ele continuaria empregado.  E assim aconteceu, e o Brasil voltou a ser aquele motorista sempre pontual ao fim de cada expediente. 

          Passado o susto, a galera (seus colegas) não perdiam a oportunidade para uma gozação.  Alguém perguntava: - "QUEM  FOI  QUE DESCOBRIU  O  BRASIL?"  O Zé Brasil ficava furioso com essa brincadeira:
- "Quem descobriu o Brasil?"
- "Foi a puta que pariu!", respondia o próprio Zé Brasil, vociferando com raiva.  Mas a turma nem ligava, e todos caiam na gargalhada. 

          Pobre José Brasil! "Mas nesse mundo o mal feito é descoberto e o Zé Brasil viu de perto sua esperança perdida".  Poxa, tava tão bom... FIM.
Estoria de José Brasil

PAPAI NOEL ESTRESSADO


pedidos ao papai noel

          Meu bom amigo Luis Henrique (aquele do Grupo Folclórico do Penedo), de vez em quando me manda por E-mail (villekohn@gmail), algumas coisas interessantes que ele encontra na internete.  Ele me mandou este texto, do Papai Noel estressado.  Achei tão divertido, que resolvi compartilha-lo com quem interessar possa:

Cartinhas ao Bom Velhinho, que já anda de saco cheio:

Kerido Papai Noéu:
eu queria ganha um joguinho espaciau de prezente de natau...
Tenho sido um bom minino neste ano.  Ti adoro, Marco.

Querido Marco:
Sua ortografia é excelente!!! Parece um indio escrevendo...
Definitivamente, você terá uma brilhante carreira na vida... Como auxiliar de pedreiro...
Tem certeza de que não prefere um livro de português?  Quanto ao joguinho espacial, darei ao seu irmão, pelo menos ele sabe escrever. 
Um abraço, Papai Noel.
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Querido Papai Noel:
Não sei se você pode, mas gostaria de ver meus pais juntos outra vez este ano. 
Com amor, Andreia.

Querida Andreia.
E o que você quer garota?
Que eu arruine a relação do seu pai com a secretária?  Deixa ele se divertir com uns seios de verdade!!!  Melhor te dar uma Barbie.
Papai Noel
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Querido Papai Noel:
Tenho sido uma boa menina este ano.
A única coisa que peço é paz e amor para o mundo. 
Com amor, Sara.

Querida Sara: 
Você anda fumando maconha?
Papai Noel.
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Querido Papai Noel.
Poxa, fazem 3 anos que venho pedindo um caminhãozinho de bombeiro, e nada...
Por favor, vê se desta vez você me traz um.
Obrigado, Luis.

Querido Luis:
Seus pedidos já me encheram o saco!!!  Outra coisa... não é "fazem 3 anos"... cacete, não aprendeu ainda?  Use sempre "faz 1 ano";  "faz 3 anos";  "faz 2000 anos".  O verbo fazer no sentido de tempo não vai no plural... ah, deixa prá lá... Mas enfim, desculpe-me por favor.  Quando você estiver dormindo, vou incendiar a sua casa.  Assim terá todos os caminhões de bombeiro que sempre desejou.
Papai Noel.
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Querido Papai Noel:
Quero uma bike, um nintendo, um computador, uma caixa de lego, um cachorrinho, um pônei e uma guitarra.  Com carinho, Tibúrcio.

Querido "T I B U R C I O":
Mais alguma coisa? Quem foi o infeliz que te deu esse nome? Huahuahuahua!!!
Na verdade você não quer porra nenhuma, não é mesmo? Porém tenho uma sugestão...
Por que você não pede um nome novo?
Papai Noel.
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Querido Papai Noel:
Deixei embaixo da árvore de natal umas empanadas para você e cenouras para as renas.
Um beijinho, Susane.

Querida Susane:
Empanadas me dão diarreia, e cenouras fazem minhas renas peidarem na minha cara...
Quer me agradar, sua puxa-saco?
Ao invés de porcarias, ponha uma garrafa de Chivas, uns toblerones e convença sua mãe a se por com aquela lingerie transparente que ela usa com o carpinteiro. 
Um beijão, Papai Noel.
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Querido Papai Noel:
Por favor! Por favor! Por favor! Por favor! Dá um cachorrinho pra mim!!
Por favor! Poe favor! Por favor!
Com imploração, Juninho.

Querido Juninho:
Esse tipo de Imploração funciona melhor com os seus pais, já que você é adotado...
(Ops falei! Agora já era) e eles te toleram demais... Comigo não funciona...
Comigo o buraco é mais embaixo.  Pare de ser mala, vou te dar outro pijama. 
Papai Noel ( Hehehe )...
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GENITÁLIA PROCESSUAL

          Vou contar um caso verídico. Eu presenciei esse fato. Um caso que foi parar no Fórum de Resende.  Aconteceu, não faz muito tempo. Acho que foi por volta do ano 2000, se não me falha a memória. "Só sei que foi assim":


          ... Uma mulher (que não era feia, mas também não era bonita), se desequilibrou dentro de um ônibus em movimento e... Catapimba! Caiu por cima de alguns outros passageiros.  No que ela caiu, seu vestido levantou, deixando ver a sua genitália completamente desnuda. - Oh!!!

          Mas a mulher, mais que rapidamente se pôs de pé, se recompôs, e pra disfarçar, ainda meio sem graça, perguntou a um passageiro que ali estava, do seu lado, boquiaberto: - "Viu a ligeireza?" O passageiro respondeu: - "Ver eu vi sim, mas não sabia que tinha esse nome não..."  A mulher ficou vermelha. De vergonha, ou de raiva, sei lá...

          Inconformada, a mulher culpou o motorista pelo vexame e processou a Empresa de Ônibus.  Não pela queda sofrida, mas pela consequência.  Afinal de contas, a sua respeitável intimidade havia sido exposta no interior de um coletivo super-lotado, e pior: num momento em que ela se encontrava "desprevenida". 

          Uma advogada de Itatiaia (cidade próxima), foi constituída para defende-la. A advogada deu entrada numa ação inicial junto ao Fórum de Resende, pedindo indenização de R$3.000,00 (três mil reais). Alegou danos morais sofridos pela sua cliente.  E na sua petição, a Advogada contou direitinho essa estória. Tintim por tintim.  

          Em que pese a experiência dessa advogada, porém, nem tanto teria sido necessário relatar; bem que ela poderia ter minimizado, ou poupado certos detalhes.  Chegou a ser engraçado, contar essa estória com a devida vênia, dentro daquela austeridade reinante na sala de audiências do Fórum.  Ninguém sorriu, mas podia-se adivinhar as risadinhas contidas nas faces do Meritíssimo e demais Excelências presentes.

          Do outro lado, a reclamada, ou seja, a Empresa, devidamente representada por seus prepostos, que se recusaram a pagar qualquer quantia à reclamante.  Não houve acordo.  A advogada recorreu, insistiu, arrolou testemunhas, mas os juizes que analisaram a questão, também não deram ganho de causa àquela... "Genitália processual".

          Ainda bem, pois caso contrário, já imaginaram se a moda pega?...
Caso verídico




ERRADO PRA CACHORRO


Casos que acontecem

          Vou contar dois casos.  Diferentes no contexto, mas semelhantes na sua manifestação.
CASO 1 - ... um sujeito lá da minha terra (MG), depois de haver tomado umas "timbucas", foi ao cemitério, chorar junto ao túmulo de um amigo. Seu lamento era mais ou menos assim:


          ... Meu melhor amigo, de tanto tempo!  Por que você nos deixou?  A nossa turma lá no bar sente tanto a sua falta!... Eu queria ter ido no seu lugar... Buááá´, buáááá... Meu amigo, meu melhor amigo, buááá, buáááá... Quantas pingas nós...

          Nesse momento, porém, surge alguém para interromper a sua choradeira, dizendo-lhe que aquele túmulo não era o do amigo por quem ele chorava: - Não?!... - Não.  -  Uai!  Então eu chorei errado!...
          E o bebum saiu trocando as pernas por entre outras tumbas...
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CASO 2 - Este caso, aconteceu comigo.  Diferente do bebum, eu apenas namorei errado, sem saber. Foi assim: ... Eu tinha apenas 16 anos, e havia arranjado uma namoradinha.  Foi lá na minha terra, em Passa Quatro.  Ela se chamava Maria Helena.  Isto aconteceu às vésperas de me transferir para Resende, onde estou até hoje.

          Mas antes dessa inevitável separação, tivemos apenas dois ou três encontros muito tímidos e furtivos, pois naquele tempo (em 1966), algumas garotas ainda namoravam "escondido", (escondido dos pais, dos irmãos, e de alguns vizinhos fofoqueiros).  Separados pela distância, continuamos o nosso namoro por correspondência.  Mas tudo em segredo.  Combinamos que eu mandaria minhas cartas para o endereço de uma garota chamada Otacília, amiga da Maria Helena.

          Ah, e como eu também admirava essa amiga da minha namoradinha. A Otacília era linda, de olhos verdes... Mas eu era fiel à minha Maria Helkena.  Muitas cartas de amor trocamos.  A Maria Helena tinha uma caligrafia muito bonita, qualidade que eu apreciava. Suas letras eram grandes e arredondadas, mais parecendo um desenho artístico.  Muitos elogios eu sempre fazia à sua letra.

          Acho que naquela época eu acabei me apaixonando de verdade, não só por suas cartas de amor, mas em especial por ser ela, Maria Helena, a dona daquela caligrafia tão bonita. 
Diz um ditado porém, que o azeite não se mistura com a água.  Algum tempo depois, a verdade veio à tona.  Descobri que eu estivera todo aquele tempo namorando, ou me correspondendo, não com a minha Maria Helena, mas com a Otacília.  Aquelas palavras, aqueles "beijos" que trocávamos por carta, e aquela caligrafia tão bonita, não eram da Maria Helena, minha namorada, mas sim da sua amiga, a Otacília.  Que decepção!... 

          Descobri, por uma fatalidade do destino.  A Maria Helena também se mudou com a família de Minas para São Paulo, e o fato me foi comunicado pessoalmente por Otacília, lá em Passa Quatro,  e ela me passou o novo endereço da Maria Helena.  Ainda iludido e mais que depressa, mandei uma cartinha para Sâo Paulo, para a minha doce namorada, pouco me importando com a possível rejeição da sua família.  

          E recebi a resposta, desta vez, da própria Maria Helena;  uma cartinha mal escrita, cheia de erros, uma letra horrível, palavras de quem mal sabia escrever.  Sinceramente, não sei como explicar.  Acho que me senti como um cachorro quando quebra um vaso, ou seja, constrangido, decepcionado. E assim terminou aquele namoro, que por um momento foi lindo, tal como uma bolha de sabão. Ploft...