sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O SABIO E O JARDINEIRO


Ensinamentos Esotéricos

          Vou contar uma estória que ouvi contar.  Dizem que esta estória era contada pelos antigos iniciados nas Escolas de Mistério, isto é, Escolas de ensinamentos Esotéricos. 


          ...Conta-se que há muito tempo, havia um rei muito poderoso, que tinha lá seus caprichos; gostava de lançar desafios, premiando quem pudesse responder a determinadas charadas, e castigando que não fosse capaz de decifra-las.

          Pois bem; certo dia, ordenou que chamassem um sábio do reino, para desafia-lo com três preguntas.  O sábio, levado então ao palácio, assim lhe falou o rei: - Gostaria que me respondesses, de acordo com a tua sapiência, oh, grande sábio, as seguintes perguntas:

          1) Com quantos cestos se pode medir a terra?
          2) Quanto em dinheiro, achas que eu valho?
          3) O que eu estou pensando agora?

          O sábio retrucou: - Majestade, realmente suas perguntas são difíceis de responder...
          Mas o rei lhe disse:
          - Não te aflijas, te dou um prazo até amanhã a esta mesma hora para que me respondas, ou não serás realmente grande, perante o reino.

          O sábio foi para casa, muito preocupado, pois sabia que se não respondesse àquelas perguntas, despertaria a ira do rei, e como castigo, ainda ficaria desmoralizado.  Chegando em casa, o sábio sentou-se num banco do seu jardim, e ficou pensativo...  Um homem muito humilde, que trabalhava para o sábio, cuidando do seu jardim, ao vê-lo assim, com ar de preocupação, indagou:

          - O que te aflige, grande sábio?  Me pareces preocupado...
O sábio então lhe confidenciou sua estória, repetindo as três perguntas formuladas pelo rei.  E o Jardineiro com toda calma, contestou:

          - Oh, grande sábio, com todo respeito, mas essas perguntas são muito fáceis de responder...
          - Como assim? Medir a terra?  Quanto vale o Rei?  O que se passa em sua cabeça?  Não, não me parecem perguntas que eu possa responder com facilidade.

          Mas o jardineiro insistiu: 
          - Olha, façamos o seguinte: amanhã, na hora marcada, eu irei no teu lugar e responderei a tais perguntas.  O sábio relutou um pouco, mas por fim aceitou a sugestão do seu servo.  E no dia seguinte, diante do rei, lá estava o servo disfarçado, vestindo uma espécie de toga e usando um capuz na cabeça.  O rei então fez a primeira pergunta:

          - Com quantos cestos se pode medir a terra?
O suposto sábio respondeu:
          - Majestade, depende do tamanho dos cestos: se forem igual à metade da terra, apenas dois cestos serão suficientes; mas se os cestos forem ao tamanho igual a 1/3 (um terço) da terra, três cestos serão suficientes; ou se forem iguais a 1/4 (um quarto), então quatro cestos serão necessários...

          O rei deu-se por satisfeito, e expressou a sua aprovação pela resposta. Disparou a segunda pergunta:
          - Quanto em dinheiro achas que eu valho?
          - Sua Majestade vale vinte e nove dinheiros.
Por essa resposta, o rei quis saber: - Por que vinte e nove dinheiros?

          - Ora Majestade, se Cristo Nosso Senhor, foi vendido por trinta dinheiros, V. Majestade é considerado em valor quase o mesmo que o sagrado Nosso Senhor Jesus Cristo...
O rei pensou, pensou, e deu o seu assentimento diante de tão cuidadoras resposta.  E, ávido de curiosidade, disparou a última pergunta:

          - Muito bem, grande sábio, o que eu estou pensando agora?
E o servo, retirando o capuz que lhe cobria a cabepça, respondeu: - Vossa Majestade pensa que está falando com o sábio, mas se engana; está falando com o jardineiro dele...

          Moral da estória:  na calma e na serenidade, pode-se encontrar soluções para problemas angustiantes.
Verdades são eternas, e é muito bom praticar a serenidade, principalmente no momento em que estamos vivendo uma intrépida e agitada NOVA ERA !




         

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