Gosto muito de ouvir e de contar estórias. Esta estória, quem me contou foi o meu amigo Floramante. Vou recontá-la com minhas palavras. É hilária e interessante. Típica de Minas Gerais.
... Era uma vez, dois mineiros: um era da cidade, conhecido como "Coroné", e o outro era caipira da roça, conhecido como "Mineirim". O "Coroné", tinha fama de "brabo", e andava sempre armado. O "Mineirim" era pacato, e tinha a fama de "bobo"
Um belo dia, esses dois cidadãos encontraram-se na única barbearia que havia na cidade. Sentaram-se lado a lado, esperando a vez, mas não trocavam uma só palavra. Os barbeiros terminaram a barba de seus clientes, mais ou menos ao mesmo tempo, e então chegou a vez dos dois mineiros, distintos entre si.
O barbeiro que atendeu o "Coroné" (o valentão), depois de fazer a sua barba, ao pegar a loção pós barba, foi logo interrompido pelo seu cliente, que lhe disse assim: - "Não, não quero esse negócio não. A minha esposa vai sentir o cheiro, e vai pensar que eu tava era num puteiro"...
O outro barbeiro, também virou-se para o "Mineirim" e perguntou: - "E o senhor? Vai querer a loção? O "Mineirim" respondeu: - "Uai sô! Pó passá. Minha muié num sabe a cuma qui é chero de putero, nunca trabaiô lá"... ... Pronto! A confusão foi formada e a barbearia está fechada para reformas.
MORAL DA ESTÓRIA: Caipira parece bôbo mas é sabido (inteligente). Mineiro a gente não entende, interpreta. Mineiro é que nem angu, só fica no ponto quando se mexe com ele.
Em Minas, o Juiz é de fora, o mar é de Espanha, os montes são Claros, a flor é Viçosa, o ouro é Preto, belo é o Horizonte, o pouso é Alegre, as dores são de Indaiá, os poços de Caldas, a ponte é Nova e Passa Quatro de uma vez.
Finalmente: Mineiro tem a fama de "come quieto", isto é, prezar a discrição e não fazer alarde de seus feitos e conquistas. Ele pode ser rico o tanto que for, que ainda vai dizer que não tem posses. É muito bom ser mineiro.
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