quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

HUMOR INTELIGENTE


ESTORIA DE G. KOHN

          Vou contar com minhas palavras, uma estória interessante que li num livro de Português, do eminente professor dessa matéria, Luiz Antônio Sacconni.  Serve para testar a perspicácia do leitor ao final do contesto.  A estória se passou, com um famoso escritor português, chamado Camilo Castelo Branco.  Conta-se que esse homem era muitíssimo educado, e que era incapaz de dizer um palavrão por mais provocativa que fosse a situação.


          Pois bem.  Camilo Castelo Branco, certa feita, estava viajando de trem.  No interior do vagão, sentado junto com ele, no banco do trem, próximo à janela (fechada), estava um rapazola aparentemente tranquilo.  A viagem transcorria normalmente, sem qualquer incidente, sem qualquer novidade.

          Mas, em dado momento, o rapaz resolve abrir a janela, causando um desconforto não só ao companheiro de viagem (Castelo Branco), como também aos outros passageiros, pois o vento que entrava pela janela era muito forte e nem os chapéus dos passageiros paravam nas respectivas cabeças. (Naquela época, era moda o uso de chapéu.)

          Camilo pede licença ao jovem, educadamente, e fecha a janela.  Passam-se 10 ou 15 minutos, e o rapazola novamente abre a janela, sob o protesto de alguns passageiros do trem.  A ventania que entrava pela janela, incomodava a todos.

          Novamente, com a mesma educação, Camilo fecha a janela.  Passa-se mais algum tempo, e outra vez o rapaz abre a janela.  Parece que só ele gostava da frescura do vento, pouco se importando com o incômodo que causava aos outros passageiros.  Nesse momento, Camilo Castelo Branco não se conteve, e fala ao rapaz em voz alta: 

- Meu caro jovem, você é teimoso como o seu pai!
- Como? O senhor conheceu o meu pai?
- Claro que conheci o seu pai.  Ele vivia dizendo que não se casaria nunca!  E de fato, ele nunca se casou. 

Sem mais palavras.
Camilo Castelo Branco

OBSERVAÇÃO:
          Camilo Castelo Branco foi um escritor português, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.  Foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa.

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