domingo, 3 de março de 2019

ADMINISTRAÇÃO POR EMBALAGEM


Empresas

          Muitos empresários, pequenos ou médios, trabalham com prejuízo mas não fazem a mínima ideia disso, porque conduzem seus negócios com base em números aparentemente lucrativos do seu "livro-caixa", e vivem uma "ilusão de lucro".  Passados alguns anos, percebem que estão quebrados (falidos). 


          O que eles fizeram, foi devorar o Capital, pensando que estavam desfrutando dos seus lucros. Desprezam despesas indiretas ou "invisíveis", como Depreciação, Remuneração do Capital investido, Previsões de despesas futuras, etc.  Tudo por falta de uma simples ferramenta administrativa, normalmente conhecida como Planilha de Custos, corretamente interpretada e conscientemente adotada.

          Em outras palavras, essa Planilha de Custos funciona como se fosse uma fotografia da real situação da Empresa em determinado momento, com relação ao seu custo operacional;  e que precisa ser monitorada periodicamente, adequando-a para as flutuações ou variações do mercado, a fim de que não se concretize aquele "prognóstico" sinistro e perigoso que acabamos de citar. 

          Esse descuido é muito comum, principalmente naquelas empresas, administradas pela família (tipo, pequenos mercados).  Quando o negócio prospera, a família se preocupa em gastar o dinheiro que "entra", mas sem qualquer controle.  Membros da família, acham que são donos, e podem simplesmente gastar aquele "seu dinheiro".

          Isso até pode dar certo por algum tempo (curso espaço de tempo), mas lá na frente... nem é bom falar. Conheço empresas assim.  Até pessoas de fora do negócio, percebem essa má administração, passível até de desvios indevidos, praticados pelos próprios familiares, "donos" do negócio. 

          Outro erro muito comum, que temos percebido, é o que se poderia chamar de "Administração por Embalagem". Empresários, apesar de experientes, mas sem noção administrativa, se preocupam com a embalagem externa, e devotam nisso todo o seu esforço e dinheiro, mas negligenciando o produto que está dentro daquela embalagem atraente.  Acham que blefar pode tomar o lugar da boa qualidade.  

          Na prática porém, tal política não terá êxito, ou não durará muito tempo.  A qualidade do produto é o que importa, em primeiro lugar.  Claro que é preciso preocupar-se também com a embalagem, porque qualquer produto, seja um cereal ou uma prestação de serviço, tem sempre duas características:  o produto é excelente, e a embalagem é atraente.  Essas duas características farão com que uma marca seja bem sucedida.  Ninguém gosta de comprar ou consumir alguma coisa que venha numa embalagem suja, ou com aparência de mal cuidada. 

          Infelizmente, em certos casos, empresários tentam impingir aos clientes um produto com boa aparência externa, mas que interiormente tem uma qualidade ruim, para não dizer, até mesmo de péssima qualidade.  Eu já trabalhei numa empresa assim.  Sei o que estou falando. 

          Por exemplo: uma empresa de ônibus, resolve mudar os uniformes dos motoristas, para que se apresentem mais "bonitinhos";  depois, resolvem mudar a pintura dos ônibus, para que a nova pintura cause uma admiração pela "beleza de organização", e para espanto do usuário (passageiro).  Tudo isso não deixa de ser, digamos, "bonito e necessário", sem dúvida, mas, e o serviço prestado?  Será que tem boa qualidade?  Será que estão preocupados com os usuários, que pagam por aquele serviço prestado?  Não, o serviço continua o mesmo, e cada vez pior. 

          A quem esses incautos empresários querem enganar?  Usuários de qualquer serviço, seja este privado ou público, não estão preocupados com a aparência em primeiro lugar, mas sim com a qualidade do serviço.  É tão fácil entender isso.  Conclui-se daí, que o gerenciamento também não tem a competência devida.

          Outro erro comum, semelhante a este, é que nesse tipo de organização, os seus administradores (ou chefes de seções), dão a si mesmos ares importantes e títulos empolados, criam organogramas complexos, e acham que tudo isso pode tomar o lugar de uma administração sólida.  É comum ainda, em grandes organizações, onde existem gerenciamentos setoriais, que os respectivos gerentes administrem cada qual criando para si, em seus setores, verdadeiros castelos medievais, onde cada gerente se reveste com uma "armadura de ferro com lança e tudo".

Enfrentamento de críticas:

          Ou seja, tais "gerentes" não permitem que o seu "castelo" seja atacado (não assumem e não querem ouvir falar dos seus erros ou respectivas falhas), mas estão sempre prontos para acionar suas lanças, espetando-as em possíveis opositores.  Esse quadro quixotesco se desenha comumente com aquelas reuniões gerenciais rotineiras, onde tratam de frivolidades, mas nunca do tumor cancerígeno da empresa ou da real responsabilidade de cada um. 

          Tais erros, só fazem desse tipo de administração, uma verdadeira FALÁCIA PATÉTICA. 
(Ass. Gilherme Köhn).
Empresa de ônibus


      

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